segunda-feira, 9 de agosto de 2010

China: leite pode ter causado surgimento de seios em bebês

O leite utilizado para alimentar bebês chineses pode ser a causa de um nível elevado de hormônios e do surgimento de pequenos seios em bebês, informa a imprensa de Pequim. O nível hormonal de três meninas com idades entre quatro e 15 meses alimentadas com o mesmo leite na região central da China é superior à média das mulheres adultas, explica o jornal China Daily.

As meninas têm um nível elevado de estradiol e de prolactina. "Há evidentemente um problema", declarou Yang Qin, diretor do departamento de pediatria da Maternidade da província de Hubei. "Os pais deveriam parar de dar leite infantil aos filhos e a fórmula deve ser analisada", acrescentou.

As autoridades de saúde da cidade de Qingdao se recusaram a executar uma análise do leite questionado, produzido pela empresa Synutra, sob a alegação de que não poderiam tomar tal decisão apenas com o pedido dos consumidores.

A Synutra defendeu o leite em um comunicado, no qual afirma que "nem hormônios sintéticos, nem substâncias ilegais foram adicionados na fase de produção". O leite continua disponível em Wuhan, capital provincial de Hubei, e em Pequim, apesar das preocupações surgidas mês passado.

Para Wang Dingmian, ex-presidente da associação produtora de leite da província meridional de Guangdong, os hormônios podem ter sido introduzidos na cadeia alimentar, durante a criação do gado. "Como a China ainda não tem uma legislação que proíbe os hormônios na criação de gado, seria mentir dizer que ninguém os utiliza", declarou ao jornal.

A indústria do leite chinesa foi afetada em 2008 por um grande escândalo: a adição de melamina no leite infantil, que provocou a morte de seis crianças e afetou outras 300 mil. O escândalo envolveu 22 empresas, entre elas as mais importantes do setor, e provocou a retirada em massa de produtos com leite dos mercados chineses, assim como uma psicose no país.


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Com quantos votos se elege um deputado No Brasil, um candidato a deputado com pouco mais de 100 votos pode conseguir uma vaga na Câmara, enquanto outr

Nas eleições para a Presidência, os governos estaduais, as prefeituras e o Senado, um voto corresponde a um voto. Nas eleições para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa, não é bem assim. O sistema proporcional adotado no Brasil faz com que um deputado federal por São Paulo, por exemplo, represente 432.000 habitantes, enquanto um colega eleito por Roraima representa 33.000 pessoas.

As distorções nas eleições proporcionais têm origem no chamado quociente (ou coeficiente) eleitoral e são agravadas pela existência de limites para as representações estaduais, que pode ser de no mínimo oito e de no máximo 70. O número foi imposto pela ditadura militar para inibir o crescimento da oposição, que tinha seus redutos nos estados mais populosos, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com o aumento da densidade demográfica esses estados são cada vez mais prejudicados.

O quociente eleitoral indica quais partidos terão direito a ocupar vagas no legislativo. É obtido a partir da divisão do total de votos válidos – excluindo nulos e em branco –, pelo número de cadeiras a serem preenchidas. São Paulo, por exemplo, tem direito à 70 vagas na Câmara. Caso todos os 30 milhões de eleitores do estado compareçam às urnas em 2010 (e não haja nenhum voto nulo ou em branco), o quociente será de 430 mil. Ou seja, a cada 430 mil votos o partido elege um deputado. Caso não atinja essa marca, não terá representantes.

Para saber quantas vagas caberão a cada legenda que atingiu o coeficiente eleitoral, calcula-se o quociente partidário. Para isso, divide-se o número de votos que o partido recebeu (soma dos votos de todos os seus candidatos, mais aqueles dados à legenda) pelo quociente eleitoral do estado. A partir do exemplo descrito acima, se um partido qualquer de São Paulo alcançar 900 mil votos, ele terá direito a duas vagas na Câmara. É por isso que, no Brasil, um candidato que recebe mais de 100.000 votos pode não se eleger, enquanto outro com menos de 100 consegue uma vaga.

Isso significa que a votação de cada candidato só é relevante na hora de determinar quais deles terão prioridade para ocupar as vagas conquistadas pela legenda. Mesmo assim, os eleitores brasileiros continuam votando em nomes. No segundo turno das eleições de 2006, por exemplo, o PSB teve 5.593.627 votos nominais e apenas 219.867 votos na legenda. No mesmo pleito, os candidatos tucanos receberam mais de 11 milhões de votos, enquanto menos de 2 milhões votaram na sigla. “Os eleitores têm que ter em mente que o seu voto vai antes de tudo para o partido, e não para o candidato”, ressalta Rogério Schimitt, Cientista político do Centro de Liderança Pública (CLP).

Isso não ocorre nas demais eleições do país, em que é utilizado o sistema majoritário relativo e absoluto. No primeiro, adotado para a seleção de senadores e prefeitos em cidades com menos de 200 mil eleitores, vence o candidato que tiver a maior votação. Já na escolha de presidente, governador e prefeito de municípios com mais de 200 mil eleitores, o candidato conquista a vaga quando recebe 50% dos votos válidos mais um. Isto é, mais do que a soma dos votos de todos os outros candidatos. Se isso não acontecer, os dois mais bem votados disputam o segundo turno.

Confira no infográfico as consequências das distorções causadas pelo sistema proporcional e como isso pode ser solucionado: